segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Veneno de Vespa elimina células cancerosas

Veneno de vespa brasileira mata células de câncer
Pesquisadores da Unesp e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu  como a toxina, chamada MP1, consegue abrir buracos exclusivamente nas células cancerosas, destruindo-as

O veneno de uma vespa brasileira, Polybia paulista, contém uma poderosa toxina que mata células de câncer, sem danificar células saudáveis. Agora, um grupo de cientistas da Universidade Estadual Paulista - Unesp,  e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu exatamente como a toxina, chamada MP1, consegue abrir buracos exclusivamente nas células cancerosas, destruindo-as. O estudo, publicado nesta terça-feira, 1, na revista científica Biophysical Journal, poderá inspirar a criação de uma classe inédita de drogas contra o câncer, segundo os cientistas.
ADVERTISEMENT De acordo com um dos autores do estudo, Paul Beales, da universidade inglesa, a toxina MP1 não afeta as células normais, mas interage com lipídios - moléculas de gordura - que estão distribuídos de forma anômala apenas na superfície das células de câncer. Ao entrar em contato com a membrana dessas células, a toxina abre buracos por onde escapam moléculas essenciais para seu funcionamento.Mecanismo

O grupo da Unesp confirmou então que as toxinas eram extremamente seletivas, reconhecendo apenas os linfócitos leucêmicos, e não os sadios. Eles começaram suspeitar que a explicação para essa seletividade tinha relação com as propriedades únicas das membranas de células de câncer. “Fomos investigar o mecanismo”, afirmou Neto. Segundo ele, em membranas de células saudáveis, os fosfolipídios chamados PS e PE se situam na membrana interna, voltados para o lado de dentro da célula. Mas, nas células de câncer, os PS e PE ficam incorporados na membrana externa, voltados para o ambiente em volta da célula. Os cientistas testaram sua teoria criando membranas-modelo contendo PE e PS e as expondo à MP1. Eles utilizaram uma ampla gama de técnicas biofísicas e de imageamento para caracterizar os efeitos destrutivos da MP1 sobre as membranas.

O resultado foi impactante: a presença de PS aumentava de 7 a 8 vezes a quantidade de MP1 que se ligava à membrana. A presença de PE, por outro lado, aumentava a capacidade da MP1 de danificar rapidamente a membrana, aumentando o tamanho dos buracos de 20 a 30 vezes. Formados em poucos segundos, esses poros são grande o suficiente para permitir o vazamento de moléculas críticas para a célula, como RNA e proteínas. O aprimoramento dramático da permeabilização induzida pela toxina na presença do PE e as dimensões dos poros nessas membranas foram surpreendentes”, disse Neto.

fonte: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/toxina-produzida-por-vespa-brasileira-mata-celulas-de-cancer   

Nenhum comentário:

Postar um comentário