Recentemente estivermos navegando pelo Rio Negro, na região Amazônica.
O rio
Negro é o maior afluente da margem
esquerda do rio Amazonas. É o mais extenso rio de águas escuras do mundo é o 2° maior em volume de água, atrás somente do próprio rio Amazonas, o qual ajuda a formar.
ENCONTRO das ÁGUAS
Um dos mais impressionantes fenômenos é o ENCONTRO das ÁGUAS -
que
ocorre na confluência
entre o rio Negro, de água preta, e o rio Solimões,
de água barrenta, onde as águas dos dois rios correm lado a lado
sem se misturar por uma extensão de mais de 6 km. É uma das
principais atrações turísticas da cidade de Manaus. Esse fenômeno acontece em
decorrência da diferença entre a temperatura e densidade das águas
e, ainda, à velocidade de suas correntezas: o Rio Negro corre cerca
de 2 km/h a uma temperatura de 28°C, enquanto que o Rio Solimões
corre de 4 a 6 km/h a uma temperatura de 22°C. Há inúmeras agências de
turismo que oferecem o passeio à região, em roteiros que costumam
incluir uma volta pelos igarapés da região.
Se o passeio for feito
em um barco pequeno, o visitante pode pôr a mão na água durante a
travessia de um lado para o outro das águas, e sentir que os rios
têm temperaturas diferentes. No período do rio cheio que
vai de janeiro a julho é a melhor época para fazer um passeio para
observar o encontro das águas.
Pode-se entrar em braços de rios e ter a possibilidade de
ver animais como pássaros, macacos e preguiças (foto abaixo).
Por exemplo, saindo de Manaus pode-se ir para a inúmeros lugares preservados da floresta amazônica como o Parque
Ecológico do Janauari,
onde também se pode observar inúmeros animais e plantas aquáticas como
Vitórias-Régias.
O rio Negro é navegável por 720
quilômetros acima de sua foz e pode chegar a ter um mínimo de 1
metro de profundidade em tempo de seca, com muitos bancos de areia e
outras dificuldades menores. Na estação das chuvas, transborda,
inundando as regiões ribeirinhas em distâncias que vão de 32 km
até 640 km. Todo ano, com o degelo nos
Andes e a estação das chuvas na região Amazônica, o nível do rio
sobe vários metros, alcançando sua máxima entre os meses de junho
e julho. O pico coincide com o "verão amazônico". O nível
do rio abaixa até meados de novembro, quando novamente inicia o
ciclo da cheia. Em Manaus, a máxima do Rio Negro vem sendo
registrado há mais de cem anos, e há um quadro no Porto de Manaus
com todos os registros históricos, inclusive o da maior cheia de
todos os tempos, ocorrida em 2012, alcançando, até 21 de maio
(antes do início da vazante), a cota de 29,87 metros acima do nível
do mar. Todos os rios da Bacia Amazônica sofrem o mesmo fenômeno de
subidas e baixas em seus níveis, comandados pelos dois maiores rios:
o Rio Negro e o Rio Solimões (que, ao se encontrarem, abaixo da
cidade de Manaus, formam o Rio Amazonas).
BOTOS de ÁGUA DOCE
No rio Negro é sempre possível avistar alguns botos, como o
Tucuxi (Sotalia Fluviatalis) e Botos Cor de Rosa (Inia
Geoffrensis), na foto acima.
OUTROS animais aquáticos
A SUCURI é muito comum nos rios da região e atinge mais de 8 metros
Paulo Aníbal com uma SUCURI |
Outros répteis como JACARÉS e TATARUGAS (as Tracajás) são comuns
TRIBOS INDÍGENAS no RIO NEGRO
Uma das tribos por nós visitados foram as do Desanas.
Autodenominam-se Umukomasã. Habitam
principalmente o Rio Tiquié e seus afluentes Cucura, Umari e
Castanha; o Rio Papuri (especialmente em Piracuara e Monfort) e seus
afluentes Turi e Urucu; além de trechos do Rio Uaupés e Negro
(inclusive cidades da região). Existem aproximadamente 30 divisões
entre os Desana, entre chefes, mestres de cerimônia, rezadores e
ajudantes. Este número pode variar segundo a fonte. Os Desana são
especialistas em certos tipos de cestos trançados, como apás
grandes (balaios com aros internos de cipó) e cumatás.
Selfie com uma índia
Paulo Aníbal e índias da tribo
Cada grupo tem a sua própria língua, o seu
conjunto particular de nomes pessoais, os seus específicos cantos de
dança e as suas próprias genealogias e narrativas de origem. Cada
um tem um ancestral originário da Anaconda que trouxe o povo para o
seu território particular. O corpo dessa Anaconda é replicado no
trecho do rio onde esse grupo mora, nas malocas em que habitam e na
composição dos grupos.
Anaconda-ancestral penetrou o universo/casa
através da "porta da água" no leste e subiu os rios Negro
e Uaupés com os ancestrais de toda humanidade dentro de seu corpo.
Inicialmente, esses ancestrais-espíritos tiveram a forma de
ornamentos de pena, mas foram transformados em seres humanos no curso
da sua viagem. Quando alcançaram a cachoeira de Ipanoré, o centro
do universo, eles emergiram de um buraco nas rochas e se deslocaram
para os seus respectivos territórios. Essas narrativas
compartilhadas entre os povos do Uaupés expressam uma compreensão
comum do cosmos, do lugar dos seres humanos nele e das relações que
deveriam existir entre diferentes povos, bem como entre eles e outros
seres.
Mito sobre o Universo:
O universo é feito de
três camadas básicas: céu, terra e "mundo inferior".
Cada camada é um mundo em si, com seus seres específicos e podendo
ser entendidos tanto em termos abstratos como concretos. Em contextos
diferentes, o "céu" pode ser o mundo do sol, da lua e das
estrelas, ou o mundo dos pássaros que voam alto, ou os topos
achatados dos tepuis (topos achatados das montanhas) dos quais descem
as águas ou o mundo dos topos das árvores da floresta, ou mesmo uma
cabeça enfeitada com um cocar de penas vermelhas e amarelas de
arara, que são as cores do sol. Do mesmo modo, o "mundo
inferior" pode ser o Rio dos Mortos debaixo da terra, o barro
amarelo debaixo da camada do solo onde enterram-se os mortos, ou o
mundo aquático dos rios subterrâneos. De toda forma, o que define o "céu" ou
o "mundo inferior" depende não somente da escala e do
contexto, mas também da perspectiva: à noite o sol, o céu e o dia
ficam debaixo da terra e o escuro mundo inferior fica acima. Há uma
história sobre um homem que encontra o cadáver de uma
mulher-estrela que caiu na terra quando fora enterrada por sua
família no céu: para seus parentes ela está morta no mundo
inferior; para o homem, ela está viva na terra. O homem casa com a
mulher-estrela e vai com ela visitar sua família no céu. Para o
homem, as estrelas são os espíritos dos mortos que vivem à noite;
para as estrelas, ele que é um espírito, e o dia para ele
corresponde à noite para elas.
Mergulho nas águas limpas do rio Negro pelo autor Paulo Aníbal
Peixes típicos da região: Pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, chegando a mais de 2 metros de comprimente e também é muito saboroso. Suas escamas são usados até como lixas.
Eis talvez o maior perigo dentro das águas...a Raia, pois seu ferrão é extremamente venenoso
Abaixo, o belo Olho vermelho do Acará
Animais simpáticos na Floresta Amazõnica:
PACA |
JABUTI |
CATETU |
Aranha CARANGUEJEIRA...do tamanho da palma da mão |
No Seringal
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